Capoeira - Métodos Atuais de Ensino e Pedagogia Não Linear:Parte 2 C

Embora minha própria jornada de Capoeira tenha começado em um parque local inglês 1999, eu imediatamente soube que queria viajar e aprender a arte no Brasil. Como mencionei, havia muito pouca Capoeira fora do Brasil nessa época, e como comecei a amar o treinamento, poder fazer isso junto com as delícias de viajar e entender outra cultura rapidamente se tornou um objetivo. Em meados de 2001 me estabeleci no Rio de Janeiro.


Nos meses e anos subsequentes, viajei extensivamente no Brasil e depois para o resto do mundo, participando de aulas e workshops, aprendendo com alguns dos mais respeitados Mestres. Com a extensa globalização ocorrendo ao longo desse tempo, a arte explodiu fora do Brasil, com professores em sua maioria brasileiros montando aulas conforme se mudavam para várias partes do mundo. Quando me mudei de volta para o Reino Unido em 2003, Londres tinha vários professores dando aulas regulares em academias e estúdios de dança.


Nesta época eu encontrei métodos de ensino semelhantes, independentemente de grupos de ensino e estilo. O influente grupo Senzala, com quem treinei no Rio, tinha uma estrutura de classe típica da seguinte maneira:

  1. Ginga e alongamento em filas de alunos para aquecimento
  2. Dê pontapés seguindo um professor na frente

  3. Adicionar sequência definida ou combinações de movimentos feitos pelo professor, feitos a um pandeiro ou tambor ou CD de Capoeira
  4. Divida os pares para praticar sequências coreografadas
  5. Trabalho ocasional de almofada para prática técnica individual
  6. Roda
  7. Separação de indivíduos para tentar 'movimentos' e aprender uns com os outros, ou tocar instrumentos


Esta estrutura de aula ainda é comum em minhas viagens, e ainda é comum usado em todo o mundo em aulas regulares e workshops intensivos. Sequências e repetição de movimentos em conjuntos numerados, chamados pelos professores de frente em português, é comum, assim como o uso de movimentos descendo o espaço em linhas ordenadas. Muitas vezes a aula não é iniciada com explicação, mas pelo professor começando a Ginga na frente da classe, e os alunos ficando para trás. Alguns professores gostam de adicionar algum condicionamento físico à aula.


Como visto na profissionalização dos esportes mais recentes, nos anos mais recentes a natureza de tempo integral de alguns professores de Capoeira levou a um grande boom em proezas físicas e habilidades técnicas. Alguns professores profissionais de Capoeira recorreram a outras disciplinas, como Ginástica, Cross Fit ou Tricking para melhorar vários elementos de seus jogos, levando a "espetáculos" de movimento muitas vezes impressionantes na Roda. A introdução dos campeonatos de Capoeira também tem incentivado alguns jogadores a treinar para a competição, como os boxeadores que buscam o pico de sua condição para uma luta.


Portanto, embora a Capoeira não tenha sido avessa a outros disciplinas de movimento para idéias de treinamento, a pedagogia tem sido altamente resiliente a influências externas. Isso também poderia ser dito de outros desenvolvimentos esportivos, mas um olhar mais atento mostra que a mudança está no horizonte e está se infiltrando em vários esportes. Minha própria pesquisa nos últimos anos demonstra que as pedagogias tradicionais estão sendo questionadas em esportes tão diversos como o atletismo, futebol, rúgbi, beisebol, natação e outros esportes olímpicos. Também em ambientes de reabilitação, os fisioterapeutas estão procurando maneiras de melhorar os resultados para os jogadores com abordagens mais ecológicas. Uma abordagem mais ecológica para o ensino da Capoeira será explorada na Parte 4.


Espero que este artigo possa ajudar, ou começar, uma discussão sobre a pedagogia capoeira atual. Não simplesmente desafiar os métodos atuais por causa do contrarianismo, mas olhando para idéias e métodos que estão se provando valiosos em outros lugares, e vendo o que pode ser adaptado e usado para a Capoeira. Na parte 3, veremos o que podemos aprender do mundo da fisioterapia.